This affair never will go so well

Hoje eu vou falar de amor. Ou do que eu supus que tivesse sido. Ou do que eu gostaria que pudesse ser.

Algumas situações ocorrem e você pensa ‘acaso’. Numa outra vez, ‘destino’. E quando surge, exatamente igual, pela terceira vez? Maluquice, imaginação, sinal, vontade? A ‘ história se repete’, talvez. Entre as três é impossível evitar a análise: o mesmo espaço de quatro anos, o mesmo espaço de meses (agosto-setembro), a mesma posição anual de paixonite (4ª), a mesma sensação, a mesma perda de respiração no primeiro olhos nos olhos. Quero dizer, nãos as mesmas, porém sempre e cada vez mais intensas.

Começou em agosto de 2000. Estava na terceira paixonite, a última daquele século, quando o percebi. Dez anos na mesma escola e só agora eu tinha visto meu grande amor. Sem um motivo concreto ele aparaceu em todos meus pensamentos e desejos e, então, pela segunda vez eu larguei meu primeiro namorado para me atirar naquela ilusão. A ‘ilusão’ durou exatamente 3 anos, 3 meses e 3 dias; como conseqüência duas tatuagens, um filho não-nascido e lembranças que ainda resistem.

Em 2004 estava decidida a me livrar desse fantasma e assim que passou a paixonite número três, conheci o pai da minha filha em um bar do Litoral. Sentei ao seu lado, fiz tipo, maltratei… tinha entrado nesse jogo para ganhar. Novamente meus pensamentos, atos e desejos foram tomados, de forma ainda mais arrebatadora. Outro furacão no qual me joguei no olho… e julguei ter ‘ganhado’. Depois de 3 anos, 2 meses e 9 dias a destruição só não foi total pois nossa filha me salvou.

Nesse ano, lutando para me reconstruir, ainda caí em algumas armadilhas. Acontece, é a vida! Na terceira paixonite, em julho, achei que a ‘tradição’ fosse ser quebrada. Não foi. Decidi, por vez, desligar o ‘homômetro’; de certa forma era bom estar sozinha, priorizando minha carreira, minha vida. É, não havia borboletas estomacais ou um cobertor de orelha, mas as constantes mudanças me mantinham ocupada.

Na mais decisiva, juntei minhas coisas e fui morar em São Paulo. Sempre escutei que é uma cidade extremamente barulhenta, perigosa e que as pessoas vivem correndo… eu nem desconfiava o quanto! E foi assim que o destino e o acaso se juntaram para que a história se repetisse uma vez mais.

Já estava sem ar, de tanto que eu corria, por conta do atraso, quando o oxigênio, de fato, me faltou. Meu coração batia tão forte, tanto pelo esforço quanto pelo disparate, que o escutava ressonar nos meus tímpanos. Ao encará-lo, retomei o fôlego para mergulhar em águas mais profundas: vesti minha máscara de simpatia, diversão e agradabilidade. Mas não era tipo, era o princípio da auto-sabotagem. E, por princípios, então, eu neguei: para mim, para o meu melhor amigo, para qualquer um. Fingi ignorar aquela maldita certeza, a sensação conhecida de longa data, o tremor, a excitação.

Mas elas berraram, em uníssono, e não pude deixar de ouvir: something in my heart told me I must have you. A gente pouco se fala e só nos vimos uma vez mais after THE night, mas eu já sabia o que aconteceria, eu já tinha vivido tudo outras vezes… eu sabia como acabaria.

Por isso, meu querido perdoe-me. Perdoe-me se por ventura você tenha sentido o mesmo, se por acaso eu tenha lhe causado tamanho furor. Perdoe-me, inclusive, se eu estiver errada – embora duvide – e esse tenha sido somente o início de uma grande amizade para você. Eu não posso mais quase não falar com você, eu não quero mais quase nunca te ver. Me é impossível não comparar as ‘coincidências’, que vão além dos fatos!

Eu não estou pronta para descobrir se serei um samba de uma nota só ou a combinação perfeita, como Sinatra e Elvis. Assim sendo, prefiro ser o gelo num copo de whisky a me embriagar de você…

3 comentários em “This affair never will go so well

  1. Única.
    Vaaai longe, Mi.
    Ou pra perdição comigo!
    Bjos, amor.
    😉

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